Hey!
Hoje meu dia tá uma merda. Estou no Inverno Atômico (descobri esse termo hoje) crise 7, caso mude de nome, ou seja, obsoleta ao extremo, e eu sei que isso uma hora vai passar, mas é terrível ficar nessa merda de procrastinação de meio-tempo.
Papai e mamãe ainda não sabem que eu sou *** (nem a Fer, ela sabe que eu sou ace mas não que eu sou bi), papai e Fer sabem que eu sou budista, mas não é algo muito discutido, e eu não converso de jeito nenhum sobre minhas crises, não me sinto confortável. Nosso relacionamento é bem superficial, em geral, e eu sinto que eles não me conhecem.
Alguns assuntos absolutamente mundanos para te deixar nostálgica (ou não): meus melhores amigos são Hermes (tenho me sentido bastante sufocada por ele e não sei se vou ter saco quando entrar na faculdade), Anne (eu gosto dela, mas é meio estranho) e Vitória (uma pessoa bacana que eu me vejo daqui uns anos voltando a conversar para trocar uma ideia); talvez essas ideias sejam coisa da depressão. Meus amigos, por ordem de proximidade: Helo (indiezinha, adoro ter conversa de velha com ela), Manas *** (adoro elas), Melanie e Alexandre, mas esses dois eu não sei direito. No momento, me fodi em álgebra e química na escola e estou com uma (muito) suave quedinha por um cara chamado Yuri, ele tem o cabelo platinado e se veste indiezinho, mas eu nunca nem falei com ele. Ando obcecada com a música Trouble, da Halsey.
Ando bem surtada por causa do meu futuro, espero conseguir entrar na Universidade de Coimbra, apesar de saber o quanto isso vai ser difícil. É esse o motivo pelo qual estou mandando esse mensagem para 2025: espero estar formada e em algum trabalho legal, envolvendo psicologia. Como um plano distante, gostaria de ir para San Diego, mas, novamente, sei o quanto é difícil de acontecer.
Mais difícil ainda é aquele lance de ser artista e talz, já desisti praticamente. Entretanto, ainda confio em Danton, estou fazendo fichas das crises e da estrutura do livro, sinceramente espero escrever um dia.
Alguns assuntos aleatórios: estou cansada de Curitiba, quero ir para um lugar gigantesco e cheio de luzes. Também estou cansada do meu círculo social. Comecei a estudar francês mês passado, no Duolingo, espero me aprofundar um dia, assim como o espanhol e talvez latim, além do inglês, obviamente. Meu relacionamento com minha irmã é absolutamente instável, ou excelente ou pavoroso, ela definidamente fode com a minha cabeça. Tenho estado muito mais interessada em garotas que rapazes. Não dou a mínima para aniversários, especialmente o meu. Quero dizer, é óbvio que eu sinto aquela sensação estranha de estar mais velha, mas não ligo para festividades.
Espero que você não sinta vergonha do que foi na época dessa carta, eu to chorando só de imaginar. Por favor, tenha nisso como uma constante mudança, mas nunca como um motivo de vergonha. Pensar nisso me fez refletir sobre como eu considero meu eu passado, e me fez finalmente perdoar quem eu fui, ao longo dessa carta. Acho que valeu a pena, mesmo que você nunca chegue a ler.
É isso. Adeus.
PS.: Tá tudo bem se você não cumprir com todas as minhas expectativas. E feliz aniversário adiantado!
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